Neste Natal: Olha mais além
O Natal está já aí a chegar e ainda parece que foi há tão pouco tempo o anterior... Mas a realidade é essa, é que o tempo passa a “voar”, expressão que mais tenho ouvido nos últimos dias e que corresponde tão bem ao estado interno de agitação que assola grande parte de nós, a vida passa muitas vezes sem darmos por ela. Sem estarmos verdadeiramente presentes para o que realmente importa.
Com o Natal vem também as reuniões, as festas e as comemorações dos grupos de amigos, colegas de trabalho e principalmente as reuniões familiares. O que para uns pode ser parece uma situação fácil, fluída e leve para outros pode causar ansiedade, desconforto e dificuldade, perfeitamente natural quando falamos de família.
Cada família é única. E todas as famílias têm as suas próprias questões, o seu conjunto de crenças e de tradições que fazem também cada um de nós sermos únicos e autênticos. Mas grande parte das vezes nós não conseguimos ver que não é pelo amor que estamos conectados. Estamos ligados à dificuldade, aos conflitos, às coisas menos boas e isso pode causar grande sofrimento e ansiedade quando temos de estar, de permanecer. O que leva muitas vezes ao afastamento, a evitar esse contacto.
Mas se soubesses que neste contacto, neste permanecer, nesta conexão de amor - para além do conflito - existe a força, existe a magia da vida? Farias alguma coisa diferente? Questiono-te se sabes verdadeiramente a história da tua família? Sabes quem são, quem foram? O que fizeram? Sabes a história para além de ti? Há sempre mais a saber, porque se não estamos com a visão de amor, vai existir sempre partes da história que vão vir ao de cima para que conforme a nossa visão possam ser olhadas e integradas.
Nós somos a nossa história, nós somos as nossas raízes, somos tudo o que nos deu origem, somos um movimetno para a frente de tudo o que foi. Por isso, se tomarmos consciência que tudo o que veio antes permanece, também em cada um de nós, não temos como não ter uma visão amorosa sobre a família, sobre nós próprios.
Para que possamos estar apenas conectados a esse amor, ao amor maior, amor da alma, deixo-te duas sugestões de como aproveitares a reunião familiar para te conectares a esse amor.
Quando estiveres reunid@ à mesa, ou em outro local, onde estejam todos juntos, olha para cada um nos olhos, olha profundamente para membro da tua familia, como se estivesses também a olhar para ti mesmo e repete a seguinte frase: “EU VEJO-TE”!
Ao dizeres esta frase estás a reconhecer a totalidade do outro ser, estás a reconhecer o outro tal como ele é, estás a aceitar o seu destino e isso traz-nos uma libertação e paz que permitem-nos também aceitar e reconhecer a nossa vida tal como é. Podes fazer este pequeno exercício inclusive sem a outra parte dar conta, isto é um movimento teu e basta que as almas entrem em ressonância uma com a outra para que a libertação ocorra.
Outra sugestão que te deixo é: pesquisa a tua história. Porque não aproveitar a reunião de Natal em família para fazer a tua árvore genealógica? Criar a nossa árvore é tão simples e permite que nada se perca ou que se perca menos informação, informação essa que para gerações futuras pode ser fundamental. Todos nós infelizmente já perdemos membros da nossa familia e o sentimento comum das pessoas que acompanho é que se fosse hoje tinham perguntado mais, tinham querido saber mais, por isso se ainda tens esta oportunidade, aproveita! Apenas precisas de papel e caneta! Podes seguir o exemplo de estrutura que encontras na imagem. Coloca o que sabes sobre cada um e pergunta. Regista o que ainda podes saber.

Após a informação, podes mesmo fazê-la com fotos e colocá-la num sítio especial na tua casa, para que te possas conectar sempre à tua ancestralidade. Ao fazeres estes pequenos exercício estás a honrar a tua família, estás a permitir que no teu interior cada um deles seja visto e reconhecido. Esse reconhecimento promove o equilíbrio e harmonia no sistema e por consequência isso manifestar-se-á na vida.
Ao honrarmos as nossas raízes estamos também a permitir que a libertação ocorra. Deixa que o sentimento de gratidão te invada. Agradece a cada um a escolha que tiveram e que permitiu que vida fluísse até ti. Quando percebemos a grandeza do que nos antecedeu, existe um movimento interno que é automático. Deixamos de dar importância a pequenas coisas, coisas que comparadas à grandeza da alma não têm a mesma relevância, o mesmo peso.
Uma alma grata é uma alma feliz, uma alma feliz é uma alma livre! Por isso, neste Natal conecta-te apenas ao que importa, contecta-te à vida.

Com amor,
Ana Sofia